Marcos 9:14-32
A cura de um menino
Mateus 17.14-20; Lucas 9.37-43a
14Quando eles chegaram perto dos outros discípulos, viram uma grande multidão em volta deles e alguns mestres da Lei discutindo com eles. 15Quando o povo viu Jesus, todos ficaram admirados e correram logo para o cumprimentarem. 16Jesus perguntou aos discípulos:
– O que é que vocês estão discutindo com eles?
17Um homem que estava na multidão respondeu:
– Mestre, eu trouxe o meu filho para o senhor, porque ele está dominado por um espírito mau e não pode falar. 18Sempre que o espírito ataca o meu filho, joga-o no chão, e ele começa a espumar e a ranger os dentes; e ele está ficando cada vez mais fraco. Já pedi aos discípulos do senhor que expulsassem o espírito, mas eles não conseguiram.
19Jesus disse:
– Gente sem fé! Até quando ficarei com vocês? Até quando terei de agüentá-los? Tragam o menino aqui.
20Quando o levaram, o espírito viu Jesus e sacudiu com força o menino. Ele caiu e começou a rolar no chão, espumando pela boca.
21Aí Jesus perguntou ao pai:
– Quanto tempo faz que o seu filho está assim?
O pai respondeu:
– Ele está assim desde pequeno. 22Muitas vezes o espírito o joga no fogo e na água para matá-lo. Mas, se o senhor pode, então nos ajude. Tenha pena de nós!
23Jesus respondeu:
– Se eu posso? Tudo é possível para quem tem fé.
24Então o pai gritou:
– Eu tenho fé! Ajude-me a ter mais fé ainda!
25Quando Jesus viu que muita gente estava se juntando ao redor dele, ordenou ao espírito mau:
– Espírito surdo-mudo, saia desse menino e nunca mais entre nele!
26O espírito gritou, sacudiu o menino e saiu dele, deixando-o como morto. Por isso todos diziam que ele havia morrido. 27Mas Jesus pegou o menino pela mão e o ajudou a ficar de pé.
28Quando Jesus entrou em casa, os seus discípulos lhe perguntaram em particular:
– Por que foi que nós não pudemos expulsar aquele espírito?
29Jesus respondeu:
– Este tipo de espírito só pode ser expulso com oração.
Jesus fala outra vez da sua morte e da sua ressurreição
Mateus 17.22-23; Lucas 9.43b-45
30Jesus e os discípulos saíram daquele lugar e continuaram atravessando a Galiléia. Jesus não queria que ninguém soubesse onde ele estava 31porque estava ensinando os discípulos. Ele lhes dizia:
– O Filho do Homem será entregue nas mãos dos homens, e eles vão matá-lo; mas três dias depois ele ressuscitará.
32Eles não entendiam o que Jesus dizia, mas tinham medo de perguntar.
Tendo descido do monte, o Senhor retoma o Seu serviço de amor, do qual o apóstolo Pedro, testemunha de todas essas coisas, faria mais tarde um excelente resumo em Atos 10. “Jesus de Nazaré”, diz ele, “andou por toda parte, fazendo o bem e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele” (Atos 10:38). O Senhor encontra uma numerosa multidão falando e discutindo entre eles mesmos. O objeto de toda essa agitação é um pobre menino que, apesar de sua tenra idade, sofria de terríveis crises nervosas provocadas por um demônio. Em vão o pobre pai havia apresentado o caso de seu único filho aos discípulos, pois eles não puderam expulsar esse espírito imundo. Antes de o Senhor Jesus operar a libertação do garoto, Ele apresenta a razão do fracasso deles: incredulidade; porque “tudo é possível ao que crê”. Então, com lágrimas, esse homem se entrega ao Senhor. Compreende que não se alcança a fé apenas com um esforço de vontade, e se reconhece incapaz. Precisamos da ajuda divina não somente para a libertação propriamente dita, mas até mesmo para pedir por ela.
No versículo 26, o poder demoníaco manifesta-se ainda uma vez, mas é apenas para que a vitória do Senhor seja evidente. “Mas Jesus, tomando-o pela mão, o ergueu, e ele se levantou” (v. 27).
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