Paulo, um Missionário Zeloso e Autêntico

Leitura Bíblica 2 Coríntios 11.2-6

(II Corintios 11:2) – Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo.

(II Corintios 11:3) – Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.

(II Corintios 11:4) – Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis.

(II Corintios 11:5) – Porque penso que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos.

(II Corintios 11:6) – E, se sou rude na palavra, não o sou contudo na ciência; mas já em todas as coisas nos temos feito conhecer totalmente entre vós.

Palavras-chave

Zelo, autenticidade

Jamais foi escrita uma biografia do apóstolo Paulo. Essa tarefa é simplesmente impossível por nos faltarem o início e o fim de sua história. Nosso registro de suas atividades começa em sua juventude, pouco antes de ele iniciar o apostolado. Foi aí que Lucas o conheceu e incluiu-o em sua história da Igreja Primitiva. Além disso, só temos algumas notas pessoais nas 13 epístolas eclesiásticas e pastorais escritas por ele em diferentes partes do Império Romano. Apesar das muitas lacunas desses registros, temos o suficiente para tornar o relato um dos mais emocionantes da História.

Está claro que não houve monotonia na vida de Paulo. Sumariando esse período, ele menciona vividamente alguns episódios:

“Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo. Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos. Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez (2 Co 11-24-27).

(II Corintios 11:24) – Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um.

(II Corintios 11:25) – Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo;

(II Corintios 11:26) – Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos;

(II Corintios 11:27) – Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez.

Em lugar algum, porém, esta história é inteiramente contada. Além de um breve relato de um naufrágio, os outros não são mencionados. Não há nenhuma narrativa da noite e do dia terríveis passados em alto mar, agarrado talvez em um destroço. Nem é feita a descrição dos assaltos nas passagens montanhosas, onde os ladrões tornaram-se tão ameaçadores para os viajantes, que eles tinham de se organizar em caravanas. A seguir vieram os rios caudalosos e as enchentes, com apenas algumas pontes para cruzá-los. Para os de viva imaginação, essas aventuras são verdadeiramente estimulantes! 

Embora não haja registro da infância de Paulo, uma história muito interessante pode ser montada a partir das informações colhidas da história, da tradição e das notas pessoais nos escritos paulinos.

O nascimento de Paulo 

 O grande apóstolo nasceu por volta do ano três de nossa era, no lar de um piedoso casal, no bairro judeu de Tarso. As ruas eram estreitas e as casas pobres, mas aquele dia foi de imensa felicidade para a família. Contemplaram o rosto do filho, e sentiram-se satisfeitos e orgulhosos.

Embora vivessem numa cidade gentia, seus pais resolveram dedicá-lo ao serviço de Deus, e fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para educá-lo como um verdadeiro israelita.

O pai pertencia à tribo de Benjamim e gabava-se disso sempre que os vizinhos mencionavam suas árvores genealógicas. Todos sabiam que Saul, o primeiro rei de Israel, era benjamita.

Apesar de morar em Tarso, a família considerava as montanhas orientais da Palestina o seu verdadeiro lar como o faziam os judeus piedosos. Para eles, Jerusalém era a cidade mais bela do mundo, pois ali estava a Casa de Deus. Eles enviavam ofertas para os reparos do Templo, e a cada ano planejavam visitar a Cidade Santa por ocasião da Páscoa.

Oito dias após o nascimento do menino, os pais deram-lhe um nome. A cerimônia foi seguida de uma ceia, para a qual todos os amigos e parentes foram convidados, e cada um levou o seu presente. Ele recebeu o bom nome hebreu de Saulo. Esse era um nome mui querido de todos os descendentes de Benjamim porque assim se chamava o primeiro rei de Israel. Mas como viviam no mundo romano, usaram também a forma latina do nome – Saulo. Nos negócios, ele era Paulo, porque isso impressionava os gentios. Mas a mãe sempre o chamava de Saulo, pois esse nome agradava-lhe o coração.

 Quem foi Paulo?

 Judeu, fariseu, encontrado pela primeira vez no livro de Atos com seu nome hebraico – Saulo (Atos 7:58) – E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas capas aos pés de um jovem chamado Saulo. (Atos 13:9) – Todavia Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo, e fixando os olhos nele, Nasceu em Tarso, Cilícia, cidade localizada na Ásia Menor (atualmente sul da Turquia). Provavelmente nasceu uns dez anos depois de Cristo, pois é mencionado como “um jovem”, na ocasião do apedrejamento de Estevão (At 7.58 E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas capas aos pés de um jovem chamado Saulo.). Seu pai sem dúvida era judeu, mas comprou ou recebeu cidadania romana. Por essa razão, Paulo mais tarde utilizou-se desse direito por nascimento. Por isso, apelou para ser julgado em Roma pelo próprio imperador César (Atos 22:25) – E, quando o estavam atando com correias, disse Paulo ao centurião que ali estava: É-vos lícito açoitar um romano, sem ser condenado?). A despeito de sua cidadania, ele foi criado numa família judaica e tornou-se fariseu. Também descreveu a si mesmo como “hebreu de hebreus”. Foi criado de acordo com o judaísmo e circuncidado no oitavo dia de vida; portanto, era zeloso na obediência de cada ponto da lei mosaica (Filipenses 3:5) – Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu;

(Filipenses 3:6) – Segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível.

Paulo era tão zeloso da Lei e de sua fé que, em certa época de sua vida, provavelmente no início da adolescência, viajou para Jerusalém, onde foi aluno do mais famoso rabino de sua época. Posteriormente, disse aos líderes judeus: “E nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso de Deus, como todos vós hoje sois” (Atos 22:3) – Quanto a mim, sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso de Deus, como todos vós hoje sois. Todos os mestres judaicos exerciam determinada função para sobreviver; por isso, não é de admirar que esse líder religioso altamente educado aprendesse também uma profissão com seu pai. Paulo era fabricante de tendas (Atos 18:3) – E, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer tendas. e ocasionalmente a Bíblia menciona como exerceu essa função para se sustentar ((I Corintios 4:12) – E nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos. Somos injuriados, e bendizemos; somos perseguidos, e sofremos; (II Tessalonicenses 3:8) – Nem de graça comemos o pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós. etc.). Existem amplas evidências nessas e outras passagens de que ele trabalhava, para não impor um jugo sobre as pessoas entre as quais desejava proclamar o evangelho de Cristo (1 Co 9.16-19)

(I Corintios 9:15) – Mas eu de nenhuma destas coisas usei, e não escrevi isto para que assim se faça comigo; porque melhor me fora morrer, do que alguém fazer vã esta minha glória.

(I Corintios 9:16) – Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!

(I Corintios 9:17) – E por isso, se o faço de boa mente, terei prêmio; mas, se de má vontade, apenas uma dispensação me é confiada.

(I Corintios 9:18) – Logo, que prêmio tenho? Que, evangelizando, proponha de graça o evangelho de Cristo para não abusar do meu poder no evangelho.

(I Corintios 9:19) – Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais.. Além disso, dada a maneira como os professores itinerantes e filósofos esperavam ser sustentados pelas pessoas com alimentos e finanças, Paulo provavelmente não desejava ser considerado mais um aventureiro (I Tessalonicenses 2:3) – Porque a nossa exortação não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência;

(I Tessalonicenses 2:4) – Mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova os nossos corações.

(I Tessalonicenses 2:5) – Porque, como bem sabeis, nunca usamos de palavras lisonjeiras, nem houve um pretexto de avareza; Deus é testemunha;

(I Tessalonicenses 2:6) – E não buscamos glória dos homens, nem de vós, nem de outros, ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados;

Débora, uma mulher Corajosa

Leitura Bíblica Juízes
4.4,6-9; 5.1,7

(Juízes 4:4) – E Débora, mulher profetisa, mulher de Lapidote, julgava a Israel naquele tempo.

(Juízes 4:6) – E mandou chamar a Baraque, filho de Abinoão de Quedes de Naftali, e disse-lhe: Porventura o SENHOR Deus de Israel não deu ordem, dizendo: Vai, e atrai gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom?

(Juízes 4:7) – E atrairei a ti para o ribeiro de Quisom, a Sísera, capitão do exército de Jabim, com os seus carros, e com a sua multidão; e o darei na tua mão.

(Juízes 4:8) – Então lhe disse Baraque: Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei.

(Juízes 4:9) – E disse ela: Certamente irei contigo, porém não será tua a honra da jornada que empreenderes; pois à mão de uma mulher o SENHOR venderá a Sísera. E Débora se levantou, e partiu com Baraque para Quedes.

(Juízes 5:1) – E CANTOU Débora e Baraque, filho de Abinoão, naquele mesmo dia, dizendo:

(Juízes 5:7) – Cessaram as aldeias em Israel, cessaram; até que eu, Débora, me levantei, por mãe em Israel me levantei.

Palavras-chave

Coragem, determinação, fidelidade.

 

I. Mais informações sobre a lição.

Quem foi Débora?

Débora era juíza e profetisa. Era casada com Lapidote. Seu “Tribunal” ficava debaixo de uma palmeira, entre Rama e Betel (consultem um mapa), no território de Efraim, a tribo líder do norte. Os juízes antigos julgavam as questões do povo junto às portas das cidades, ou num lugar público e determinado, e todos iam ali levar as suas queixas e receber as decisões, que eram inapeláveis. Não havia os rigores modernos de uma judicatura pomposa e custosa. Tudo era muito simples. De qualquer maneira temos agora uma mulher feita juíza em Israel. 

Como a situação do norte chegou ao seu conhecimento, o texto não o diz. Mas parece certo que Jabim e seus aliados estavam dominando e arruinando as tribos do norte. Então ela chama Baraque, filho de Quedes, Naftali, lá do norte, e lhe pergunta a respeito dos negócios de Israel. Baraque era da zona conflagrada e sabia bem de tudo. Ela perguntou se ele não sabia que Deus tinha determinado entregar Jabim na sua mão. Parece que ele ignorava mesmo e, se sabia, não tinha tomado qualquer medida. Diz ela então, repetindo a ordem do Deus de Israel: “Vai, e atrai gente ao monte Tabor, e toma contigo dez mil homens dos filhos de Naftali e dos filhos de Zebulom; e atrairei a ti, para o ribeiro Quisom, Sísera, chefe do exercício de Jabim, e com os seus carros (ferrados) e com as suas tropas, e to entregarei na mão. Ele respondeu: Se tu fores comigo, irei!” Como Débora recebeu esta informação não se diz, senão que era profetisa e Deus lhe teria falado, embora, como mulher, não lhe coubesse tomar a dianteira. Tudo estava devidamente planejado, e era apenas questão de Baraque se dispor a ir à guerra.

Débora era de Efraim ou de Issacar? 

A vitória de Débora garantiu quarenta anos de paz em Israel (Jz 5.31). Ela combinava a autoridade de uma juíza com o dom profético (Jz 4.6 e 5.7). Provavelmente, ela pertencia à tribo de Efraim, embora alguns opinem que ela era da tribo de Issacar, por causa do que se lê em Juízes 5.15. Também há quem diga que há alguma ligação com o nome de Lapidote porque isso representa o termo hebraico que significa “luzes”; e, segundo dizem os rabinos, ela cuidava das lâmpadas do tabernáculo. Seu nome só é mencionado em Juízes 4 e 5. Viveu em cerca de 1120a.C.

O Cântico de Débora (5.1-32).

(Juízes 5:1) – E CANTOU Débora e Baraque, filho de Abinoão, naquele mesmo dia, dizendo:

(Juízes 5:2) – Louvai ao SENHOR pela vingança de Israel, quando o povo se ofereceu voluntariamente.

(Juízes 5:3) – Ouvi, reis; dai ouvidos, príncipes; eu, eu cantarei ao SENHOR; salmodiarei ao SENHOR Deus de Israel.

(Juízes 5:4) – Ó SENHOR, saindo tu de Seir, caminhando tu desde o campo de Edom, a terra estremeceu; até os céus gotejaram; até as nuvens gotejaram águas.

(Juízes 5:5) – Os montes se derreteram diante do SENHOR, e até Sinai diante do SENHOR Deus de Israel.

(Juízes 5:6) – Nos dias de Sangar, filho de Anate, nos dias de Jael cessaram os caminhos; e os que andavam por veredas iam por caminhos torcidos.

(Juízes 5:7) – Cessaram as aldeias em Israel, cessaram; até que eu, Débora, me levantei, por mãe em Israel me levantei.

(Juízes 5:8) – E se escolhia deuses novos, logo a guerra estava às portas; via-se por isso escudo ou lança entre quarenta mil em Israel?

(Juízes 5:9) – Meu coração é para os legisladores de Israel, que voluntariamente se ofereceram entre o povo; bendizei ao SENHOR.

(Juízes 5:10) – Vós os que cavalgais sobre jumentas brancas, que vos assentais em juízo, que andais pelo caminho, falai disto.

(Juízes 5:11) – Donde se ouve o estrondo dos flecheiros, entre os lugares onde se tiram águas, ali falai das justiças do SENHOR, das justiças que fez às suas aldeias em Israel; então o povo do SENHOR descia às portas.

(Juízes 5:12) – Desperta, desperta, Débora, desperta, desperta, entoa um cântico; levanta-te, Baraque, e leva presos os teus cativos, tu, filho de Abinoão.

(Juízes 5:13) – Então fez dominar sobre os nobres entre o povo, aos que restaram; fez-me o SENHOR dominar sobre os poderosos.

(Juízes 5:14) – De Efraim saiu a sua raiz contra Amaleque; e depois de ti vinha Benjamim dentre os teus povos; de Maquir desceram os legisladores, e de Zebulom os que levaram a cana do escriba.

(Juízes 5:15) – Também os principais de Issacar foram com Débora; e como Issacar, assim também Baraque, foi enviado a pé para o vale; nas divisões de Rúben foram grandes as resoluções do coração.

(Juízes 5:16) – Por que ficaste tu entre os currais para ouvires os balidos dos rebanhos? Nas divisões de Rúben tiveram grandes esquadrinhações do coração.

(Juízes 5:17) – Gileade ficou além do Jordão, e Dã por que se deteve nos navios? Aser se assentou na beira dos mares, e ficou junto às suas baías.

(Juízes 5:18) – Zebulom é um povo que expôs a sua vida à morte, como também Naftali, nas alturas do campo.

(Juízes 5:19) – Vieram reis, pelejaram; então pelejaram os reis de Canaã em Taanaque, junto às águas de Megido; não tomaram despojo de prata.

(Juízes 5:20) – Desde os céus pelejaram; até as estrelas desde os lugares dos seus cursos pelejaram contra Sísera.

(Juízes 5:21) – O ribeiro de Quisom os arrastou, aquele antigo ribeiro, o ribeiro de Quisom. Pisaste, ó minha alma, à força.

(Juízes 5:22) – Então os cascos dos cavalos se despedaçaram; pelo galopar, o galopar dos seus valentes.

(Juízes 5:23) – Amaldiçoai a Meroz, diz o anjo do SENHOR, acremente amaldiçoai aos seus moradores; porquanto não vieram ao socorro do SENHOR, ao socorro do SENHOR com os valorosos.

(Juízes 5:24) – Bendita seja entre as mulheres, Jael, mulher de Héber, o queneu; bendita seja entre as mulheres nas tendas.

(Juízes 5:25) – Água pediu ele, leite lhe deu ela; em prato de nobres lhe ofereceu manteiga.

(Juízes 5:26) – À estaca estendeu a sua mão esquerda, e ao martelo dos trabalhadores a sua direita; e matou a Sísera, e rachou-lhe a cabeça, quando lhe pregou e atravessou as fontes.

(Juízes 5:27) – Entre os seus pés se encurvou, caiu, ficou estirado; entre os seus pés se encurvou, caiu; onde se encurvou, ali ficou abatido.

(Juízes 5:28) – A mãe de Sísera olhava pela janela, e exclamava pela grade: Por que tarda em vir o seu carro? Por que se demoram os ruídos dos seus carros?

(Juízes 5:29) – As mais sábias das suas damas responderam; e até ela respondia a si mesma:

(Juízes 5:30) – Porventura não achariam e repartiriam despojos? Uma ou duas moças a cada homem? Para Sísera despojos de estofos coloridos, despojos de estofos coloridos bordados; de estofos coloridos bordados de ambos os lados como despojo para os pescoços.

(Juízes 5:31) – Assim, ó SENHOR, pereçam todos os teus inimigos! Porém os que te amam sejam como o sol quando sai na sua força.

(Juízes 5:32) – E sossegou a terra quarenta anos.

É a peça literária mais antiga e a mais famosa que nos veio dos velhos tempos. A juíza e profetisa era também poetisa. Mulher admirável. Os críticos da Bíblia param junto deste monumento literário, para render suas homenagens a uma mulher israelita. Este cântico, escrito sem dúvida por ela mesma, foi preservado integralmente, até ao tempo quando foi redigido o livro de Juízes e foi incorporado ao mesmo. Além de reter um dos períodos mais críticos da experiência israelita, dá-nos a medida da cultura de uma época tida como Idade Média dos Judeus.

Uma lição de despertamento.

Débora nos ensina que devemos despertar do sono da indolência e do conformismo. 

“Desperta, desperta, Débora, desperta, desperta, entoa um cântico; levanta-te Baraque, e leva presos os teus cativos, tu, filho de Abinoão” (Jz 5.12).

Jabim, rei de Canaã, oprimia os israelitas por 20 anos. Eles eram temidos por suas 900 carruagens de ferro (Israel deveria ter destruído esse povo no passado). Somente depois de 20 anos de opressão, foi que o povo de Israel resolveu clamar ao Senhor. Eles não confiavam no Senhor e sim em suas próprias forças.

A confiança no homem era tão grande que Baraque disse para Débora: “Se fores comigo, irei; porém, se não fores comigo, não irei” (v.8).
Mas, Débora confiava na força divina e não na humana: “Por ventura o Senhor Deus de Israel não deu ordens?” (v.6)

Precisamos sair do estado de inércia, apatia, indiferença, inatividade para começarmos agir. O despertar na Bíblia tem o sentido de readquirir força. Despertar é agir na força do Senhor!

Elias em seu desânimo disse: “Ó Senhor, toma agora a minha vida, pois não sou melhor do que meus pais” (…) “O anjo tocou-o e disse: Levanta-te e come (…) porque te será muito longo o caminho” (v.7). (…) com a força daquela comida caminhou quarenta dias e quarenta noites (v.8).

  “Levantai-vos, e andai porque não será aqui o vosso descanso, por causa da corrupção que destrói” (Mq 2.10).

“Já é hora de despertarmos do sono!” “A noite é passada’. É de noite que se dorme. “E o dia é chegado” – É hora de acordar!

Noé, um homem justo e incorruptível

Texto Bíblico

(Gênesis 6:1) – E ACONTECEU que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra, e lhes nasceram filhas,

(Gênesis 6:2) – Viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram.

(Gênesis 6:3) – Então disse o SENHOR: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos.

(Gênesis 6:4) – Havia naqueles dias gigantes na terra; e também depois, quando os filhos de Deus entraram às filhas dos homens e delas geraram filhos; estes eram os valentes que houve na antiguidade, os homens de fama.

(Gênesis 6:5) – E viu o SENHOR que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.

(Gênesis 6:6) – Então arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração.

(Gênesis 6:7) – E disse o SENHOR: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra, desde o homem até ao animal, até ao réptil, e até à ave dos céus; porque me arrependo de os haver feito.

(Gênesis 6:8) – Noé, porém, achou graça aos olhos do SENHOR.

(Gênesis 6:9) – Estas são as gerações de Noé. Noé era homem justo e perfeito em suas gerações; Noé andava com Deus.

(Gênesis 6:10) – E gerou Noé três filhos: Sem, Cão e Jafé.

(Gênesis 6:11) – A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência.

(Gênesis 6:12) – E viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a terra.

Palavras-chave

Nóe; Arca; Fidelidade; Santidade; Justiça.

O patriarca Noé

Seu nome. Nóe foi o último dos patriarcas antediluvianos. Ele foi chamado de noah (heb.) por seu pai Lameque, porque iria confortar (heb. naham, a mesma raiz de “Noé”) a humanidade sobrevivendo a um dilúvio universal e, assim, tornar-se-ia a figura principal no início de uma nova era da história humana (Gn 5.29).

Suas qualificações e chamada. Quando Noé tinha 480 anos de idade, Deus anunciou um período de 120 anos de provação final para o homem (Gn 6.3), e logo depois disso ele recebeu o projeto para a arca (Gn 6.14-16). Com meio milênio de experiência, Noé estava, sem dúvida alguma, bem qualificado para tal tarefa; porém as qualificações mais importantes eram as espirituais: “Noé, porém, achou graça aos olhos do Senhor…Noé era varão justo e reto em suas gerações; Noé andava com Deus” (GN 6.8,9; cf. Ez 14.14,20).

Sua fé. Apesar da dificuldade de imaginar chuva e inundações (“coisas que ainda não se viam” Hb 11.7 cf. Gn 2.5), e suportando o escárnio de seus contemporâneos (cf. 2 Pe 3.4-6), “Pela fé, Noé… temeu, e, para salvação da sua família, preparou a arca, pela qual condenou o mundo, e foi feito herdeiro da justiça que é segundo a fé” (Hb11.7). Enquanto “a longanimidade de Deus esperava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca” (1 Pe 3.20), o grande patriarca, como um “pregoeiro da justiça” (2 Pe 2.5), estava sem dúvida alguma constantemente explicando o terrível significado desde projeto ao “mundo dos ímpios” que o cercava. A civilização era suficientemente avançada naquela época para permitir que as notícia das atividades de Noé fosse divulgada aos homens por todo o globo. 

Sua família. Noé foi pai aos 500 anos de idade. Seus três filhos eram Sem, Cam e Jafé (Gn 5.32). Sem era, provavelmente, o mais novo, tendo nascido quando Noé tinha 503 anos (cf. 11.10). Tendo armazenado na arca “toda comida que se come” (6.21), Noé entrou na arca no segundo mês de seu 600º de vida. Deus não só levou os animais para a arca (7.9,15) e fechou a porta pelo lado de fora (7.16), mas também proveu a subsistência de todas as suas necessidades durante todo o período do Dilúvio (o que é sugerido pela expressão: “Deus lembrou-se de Noé, de todos os animais e de todo o gado, que estavam com ele na arca”, 8.1).

Depois de um ano, por meio de pássaros soltos em intervalos regulares, Noé discernia a condição das áreas de terra recém-expostas.

Sua adoração. Após o Dilúvio, Noé ofereceu sobre um altar sacrifícios de animais limpos (deixando alguns pares para reprodução) como um sacrifício especial de ação de graças a Deus (7.2; 8.20). Este clímax da carreira de Noé (juntamente com as misericordiosas promessas de Deus na aliança estabelecida com ele) foi seguido vários anos depois por um episódio que confirma a preservação da natureza pecaminosa do homem através do Dilúvio. 

Sua fraqueza. Noé se tornou um lavrador, plantou uma vinha, ficou embriagado, e vergonhosamente se expôs em sua tenda (9.20,21). Cam, supostamente levado por seu filho Canaã, zombou de Noé. Por essa má ação, Canaã foi amaldiçoado e Can não recebeu nenhuma bênção. Por outro lado, Sem e Jafé demonstraram o devido respeito a seu pai (9.23) e receberam ricas bênçãos para seus descendentes.

Sua justiça e a corrupção de seu tempo. Noé é definido como um indivíduo incomum, embora as características associadas a ele não sejam incomuns entre os homens de Deus no Antigo e Novo Testamento. Ele era justo (heb. tsadik), ou seja, vivia de acordo com um padrão, marcando a vida com obediência a Deus e interesse pelo gênero humano. Ele era reto (heb tamim), isto é, era indiviso em sua lealdade, orientada em direção a uma meta definida e motivada por paixão controladora. Como Enoque (Gn 5.24), Noé andava com Deus, isto é, desfrutava de comunhão ininterrupta e íntima com deus. Este andar infundia as características anteriormente mencionadas com uma ternura e profundidade de relação interpessoal com Deus que transcende a religião formal.

A condição moral da geração de Noé não só se contrasta com a vida de Noé, mas elucida os termos que a descrevem. A corrupção do povo se destacava como o contrário da justiça de Noé. Noé exibia fidelidade e conformidade à vontade de Deus; o povo não. A autenticidade de Noé, sua qualidade de vida sadia (tamim) era radicalmente diferente da violência (v.11, no heb. chamas) que permeava a sociedade de seus dias. Uma comparação dos versículos 11 e 12 com o versículo 5 indica que esta violência era interior, severamente contaminada com imaginações imorais e tendências corruptas.

Sua morte. Noé viveu 350 anos depois do Dilúvio, morrendo com a idade de 950 anos. Ele foi verdadeiramente um dos maiores homens da história.

José, um líder piedoso e temente a Deus

Texto Bíblico
Gênesis 39.7-9; 45.4,5

(Gênesis 39:7) – E aconteceu depois destas coisas que a mulher do seu senhor pôs os seus olhos em José, e disse: Deita-te comigo.

(Gênesis 39:8) – Porém ele recusou, e disse à mulher do seu SENHOR: Eis que o meu senhor não sabe do que há em casa comigo, e entregou em minha mão tudo o que tem;

(Gênesis 39:9) – Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher; como pois faria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?

(Gênesis 45:4) – E disse José a seus irmãos: Peço-vos, chegai-vos a mim. E chegaram-se; então disse ele: Eu sou José vosso irmão, a quem vendestes para o Egito.

(Gênesis 45:5) – Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós.

Palavras-chave

Integridade; caráter; consciência; intimidade; elevação; evangelismo.

Autor

R. Kent Hughes

 
 

I. Mais informação sobre a lição

o modelo de integridade

É essencial compreendermos que o conceito bíblico de integridade tem raízes na idéia de perfeição, que uma pessoa íntegra é uma pessoa completa. A palavra integridade vem do latim, e enfatiza a mesma qualidade, porque integritas significa “integralizar”, “totalidade”, “perfeição”.

Integridade caracteriza a pessoa inteira, não apenas uma parte. A pessoa é justa e honesta sempre e sempre. Não apenas em seu interior, mas também na ação externa. O salmo 15 celebra a perfeição de um homem íntegro:

Quem, SENHOR, habitará no teu tabernáculo?

Quem há de morar no teu santo monte?

O que vive com integridade, e pratica a justiça,

e, de coração, fala a verdade;

o que não difama com sua língua,

não faz mal ao próximo, nem lança injúria contra o seu vizinho;

o que, a seus olhos, tem por desprezível ao réprobo,

mas honra aos que temem ao SENHOR;

o que jura com dano próprio e não se retrata;

o que não empresta o seu dinheiro com usura,

nem aceita suborno contra o inocente.

Quem deste modo procede não será jamais abalado.

 
 

Pesquisas indicam que normalmente as pessoas mentem para encobrir o que fizeram de errado… 

A segunda razão mais freqüente para mentir é fazer com que as coisas sejam emocionalmente agradáveis… 

Isto não significa que tenhamos de dizer aos outros tudo o que pensamos, não importa o que seja ― uma ordem espiritual fala sempre a nossas mentes. O que devemos fazer é agir “segundo a verdade em amor” (Ef 4.15). A integridade requer que tudo o que falemos seja intencionalmente verdadeiro. Tal maneira de falar agrada a Deus ― “Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor, mas aos que obram fielmente são o seu prazer” (Pv 12.22).

Em seguida, um homem íntegro jamais trapaceia ou defrauda outro, nunca rouba. Provérbios nos diz: “Dois pesos e duas medidas uns e outras são abomináveis ao Senhor” (20.10). “Balança enganosa é abominação para o SENHOR, mas o peso justo é o seu prazer” (11.1). “Suave é ao homem o pão ganho por fraude, mas depois a sua boca se enche de pedrinhas de areia” (20.17).

Existem inúmeras maneiras de roubar casualmente, que o consenso encara como justificadas: levar material do escritório para casa, almoços prolongados, refeições extravagantes, aceitar presentes dos clientes, ignorar as leis dos direitos à criação, reclamar deduções impróprias no imposto de renda. Mas o homem íntegro evita todas essas tentações, para a glória de Deus.

O homem de deus mantém sua palavra. Nunca promete o que não pretende cumprir. E executa o que projeta ― não “esquece”, por conveniência, o que tenha prometido. Nunca se é enganado por um homem que tenha integridade. A fidelidade, uma das características do fruto do Espírito (Gl 5.22), é uma marca registrada. Mesmo quando ele descobre que, ao manter sua palavra, perderá benefícios, ainda assim ele a mantém, porque o salmista diz que o homem íntegro “honra os que temem ao Senhor” (Sl 15.4). Este homem, dizem as Escrituras, é singular: “Muitos proclamam a sua própria benignidade; mas o homem fidedigno, quem o achará?” (Pv 20.6). Integridade é uma rara beleza.

Finalmente, um homem íntegro é um homem de princípios. Devemos entender que ser um homem de princípios significa mais do que ter princípios. Significa ter a coragem de manter-se de pé por suas convicções quando há um preço a pagar.

Os benefícios da integridade

A integridade pode custar-lhe uma amizade, reputação, emprego, e até sua vida, mas também tem seus benefícios,

O Caráter

Não há dúvidas de que a integridade é sua própria recompensa, por produzir caráter e, não obstante a intervenção divina, o caráter determina o curso de nossas vidas na terra. Mais ainda, glorificará a Deus pela eternidade, através de suas graças.

A Consciência

Alinhada muito próxima e paralela ao caráter está a consciência limpa. Este é o benefício primordial, porque, se você tem uma consciência limpa, será capaz de postar-se firmemente na tempestade. Se o coração não o condena, ao contrário, o apóia, você pode ser uma torre de força: “Quem anda em integridade anda seguro” (Pv 10.9).

A Intimidade

Mas os benefícios da integridade vão mais longe, porque ela garante uma profunda intimidade com Deus. Ele deseja ver a verdade no íntimo (Sl 51.8) e, quando a encontra, se alegra. Uma alma transparente e honesta é um refúgio para o Espírito de Deus.

A Elevação

Ainda há benefícios externos da integridade, porque eleva a vida do crente. Integridade estimula mais integridade, conduta ética gera mais conduta ética, honestidade conduz à honestidade, caráter produz caráter! “O justo anda na sua integridade”, diz Salomão. “Felizes lhe são os filhos depois dele” (Pv 20.7).

O Evangelismo

Finalmente, como já mencionamos, temos o magnetismo evangélico da integridade. O anúncio a seguir foi publicado no The East Africa Standard, em Nairóbi:

TODOS OS DÉBITOS SERÃO PAGOS

Eu, ALLAN HARANGUI, pseudônimo WANIEK HARANGUI, Caixa Postal 40380, Nairóbi, dediquei meus serviços ao Senhor Jesus Cristo. Tenho de corrigir todos os meus erros. Se lhe devo qualquer quantia, ou causei-lhe algum dano, pessoalmente ou através de qualquer empresa de que fui diretor ou sócio ― GUARANTEED SERVICES LTD., WATERDUMPS ELETRICAL e GENERAL CO.SALES AND SERVICES.

Solicito que entre em contato comigo, ou com meus advogados, J.K. Kibicho e Cia. Advogados, Caixa Postal 73137, Nairóbi, para liquidação.

Nenhuma dívida será motivo de disputa.

DEUS E SEU FILHO JESUS CRISTO SEJAM GLORIFICADOS.

Em um momento glorioso, toda a grande cidade de Nairóbi tomou conhecimento de que Jesus Cristo havia feito a diferença. Integridade e evangelismo são uma poderosa combinação.

Dificilmente podemos superestimar a importância da integridade, para uma geração de crentes que é tão semelhante ao mundo em sua conduta ética. O mundo está morrendo para que tenhamos integridade! Seus invejáveis benefícios: caráter, uma consciência limpa, profunda intimidade com Deus, a elevação de outras pessoas e a recuperação do que foi perdido, tudo reclama poderosamente sua importância…

Ester, uma rainha altruísta

Leitura Bíblica Ester 3.12,13; 4.13-17

(Ester 3:12) – Então chamaram os escrivães do rei no primeiro mês, no dia treze do mesmo e, conforme a tudo quanto Hamã mandou, se escreveu aos príncipes do rei, e aos governadores que havia sobre cada província, e aos líderes, de cada povo; a cada província segundo a sua escrita, e a cada povo segundo a sua língua; em nome do rei Assuero se escreveu, e com o anel do rei se selou.

(Ester 3:13) – E enviaram-se as cartas por intermédio dos correios a todas as províncias do rei, para que destruíssem, matassem, e fizessem perecer a todos os judeus, desde o jovem até ao velho, crianças e mulheres, em um mesmo dia, a treze do duodécimo mês (que é o mês de Adar), e que saqueassem os seus bens.

(Ester 4:13) – Então Mardoqueu mandou que respondessem a Ester: Não imagines no teu íntimo que por estares na casa do rei, escaparás só tu entre todos os judeus.

(Ester 4:14) – Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento de outra parte sairá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino?

(Ester 4:15) – Então disse Ester que tornassem a dizer a Mardoqueu:

(Ester 4:16) – Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas servas também assim jejuaremos. E assim irei ter com o rei, ainda que não seja segundo a lei; e se perecer, pereci.

(Ester 4:17) – Então Mardoqueu foi, e fez conforme a tudo quanto Ester lhe ordenou.

Tema

Quem foi Ester?

Autor

Setor de Educação Cristã

Palavras Chaves

Obediência; altruísmo; coragem; prontidão para ouvir; ação; estratégia; oração.


Mais Informações sobre a Lição

Estimamos a segurança mesmo sabendo que neste mundo não seja algo garantido ― as posses podem ser destruídas, a beleza se desvanece, os relacionamentos podem ser rompidos e a morte é inevitável. A verdadeira segurança, então, deve ser encontrada após esta vida. Somente quando a nossa segurança repousa em Deus e em sua imutável natureza é que podemos enfrentar os desafios que a vida certamente trará ao nosso caminho.

A beleza e o caráter de Ester conquistaram o coração de Assuero (ou Xerxes), e assim o rei fez de Ester sua rainha. Mesmo em sua posição tão favorecida, ela arriscou a própria vida, entrando à presença do rei sem ser chamada. Não havia sequer a garantia de que o rei a receberia. Embora fosse a rainha, não estava completamente segura. Mas, com cautela e coragem, Ester decidiu arriscar sua vida, abordando o rei a favor do seu povo.

Ela elaborou os seus planos cuidadosamente. Pediu aos judeus que jejuassem e orassem com ela antes de entrar à presença do rei. Então, no dia escolhido, Ester foi à presença de Assuero, e este lhe pediu que se aproximasse e falasse. Porém, em vez de expressar seu pedido de forma direta, Ester convidou o rei e Hamã para um banquete. Assuero era suficientemente sagaz para perceber que a rainha tinha algo em mente; no entanto, ela transmitiu a importância da questão, insistindo em um segundo banquete.

Neste ínterim, Deus estava trabalhando “nos bastidores”. O Senhor fez com que o rei lesse os registros históricos do reino, à noite, e descobrisse que Mardoqueu certa vez salvou a sua vida. Assuero não perdeu tempo para honrar Mardoqueu por tal ato. Durante o segundo banquete, Ester revelou ao rei a conspiração de Hamã contra os judeus, e este foi sentenciado. Existe uma rigorosa justiça na morte de Hamã na forca que ele mesmo havia construído para Mardoqueu, e parece muito adequado o dia em que os judeus deveriam ser assassinados tenha se tornado o dia da morte de seus inimigos. O risco que Ester correu confirmou que Deus era a fonte de sua segurança.

Quanto de sua segurança reside em suas posses, posição ou reputação? Deus não pôs você nesta posição apenas para seu próprio benefício: Ele o fez para que você o sirva. Como no caso de Ester, isto pode envolver o risco de sua segurança. Você está disposto a permitir que Deus seja a sua maior segurança?

Pontos fortes e êxitos:

          Sua beleza e seu caráter conquistaram o coração do rei da Pérsia.

          Combinou a coragem com um cuidadoso planejamento.

          Estava aberta a conselhos e disposta a agir.

          Preocupava-se mais com os outros do que com a sua própria segurança.

Lições de vida:

          Servir a Deus frequentemente exige que arrisquemos a nossa própria segurança.

          Deus tem sempre um propósito para as situações em que nos coloca.

          Embora a coragem seja sempre uma qualidade vital, ela não substitui o cuidadoso planejamento.

Informações essenciais:

          Local: Império Persa.

         Ocupação: Mulher de Assuero (Xerxes), rainha da Pérsia.

          Familiares: Primo – Mardoqueu; esposo – Assuero; Pai – Abiail.

Versículo-chave:

“Vai, e ajunta todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebais por três dias, nem de dia nem de noite, e eu e as minhas moças também assim jejuaremos; e assim irei ter com o rei, ainda que não é segundo a lei; e, perecendo, pereço” (Et 4.16).

Elias, um profeta humilde e determinado

Leitura Bíblica

1 Reis 17.1; 18.1,2,36,38,39.

(I Reis 17:1) – ENTÃO Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade, disse a Acabe: Vive o SENHOR Deus de Israel, perante cuja face estou, que nestes anos nem orvalho nem chuva haverá, senão segundo a minha palavra.

(I Reis 18:1) – E SUCEDEU que, depois de muitos dias, a palavra do SENHOR veio a Elias, no terceiro ano, dizendo: Vai, apresenta-te a Acabe; porque darei chuva sobre a terra.

(I Reis 18:2) – E foi Elias apresentar-se a Acabe; e a fome era extrema em Samaria.

(I Reis 18:36) – Sucedeu que, no momento de ser oferecido o sacrifício da tarde, o profeta Elias se aproximou, e disse: Ó SENHOR Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, e que conforme à tua palavra fiz todas estas coisas.

(I Reis 18:38) – Então caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego.

(I Reis 18:39) – O que vendo todo o povo, caíram sobre os seus rostos, e disseram: Só o SENHOR é Deus! Só o SENHOR é Deus!

Tema

As recompensas do sacrifício pessoal

Autor

Setor de Educação Cristã

Palavras Chaves

Renúncia; recompensas; motivação; Reino de Deus

 
 

AS RECOMPENSDAS DO SACRÍFICIO PESSOAL

(Mateus 19:27) – Então Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo, e te seguimos; que receberemos?

(Mateus 19:28) – E Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel.

(Mateus 19:29) – E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna.

(Mateus 19:30) – Porém, muitos primeiros serão os derradeiros, e muitos derradeiros serão os primeiros.

(Marcos 10:28) – E Pedro começou a dizer-lhe: Eis que nós tudo deixamos, e te seguimos.

(Marcos 10:29) – E Jesus, respondendo, disse: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho,

(Marcos 10:30) – Que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no século futuro a vida eterna.

(Marcos 10:31) – Porém muitos primeiros serão derradeiros, e muitos derradeiros serão primeiros.

(Lucas 18:28) – E disse Pedro: Eis que nós deixamos tudo e te seguimos.

(Lucas 18:29) – E ele lhes disse: Na verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou pais, ou irmãos, ou mulher, ou filhos, pelo reino de Deus,

(Lucas 18:30) – Que não haja de receber muito mais neste mundo, e na idade vindoura a vida eterna.

As observações de Jesus sobre a tentação dos ricos, que pareciam tão desencorajadoras para os outros discípulos, tiveram um efeito diferente na mente de Pedro. Elas o levaram a pensar na autocomplacência como um contraste apresentado por sua própria conduta e pela de seus irmãos, em relação à conduta do jovem que veio perguntar sobre a vida eterna. “Nós”, provavelmente pensavam consigo mesmo, “temos feito o que o jovem não pôde fazer e que, de acordo com a afirmação que o Mestre acaba de fazer, os ricos consideram muito difícil: Deixamos tudo para seguir Jesus. Certamente um ato tão difícil e tão raro deve ser de muito mérito”. E com sua franqueza característica, assim que pensava, falava. “Eis que”, disse ele com um tom de irreverência em sua voz e maneira, “nós deixamos tudo e te seguimos; que receberemos?”

A esta pergunta de Pedro, Jesus deu, à primeira vista, uma resposta cheia de encorajamento e de advertência para os doze e para todos aqueles que professam ser servos de Deus. Primeiro, com referência ao conteúdo da pergunta de Pedro, Ele estabeleceu, em uma linguagem entusiasmada, as grandes recompensas que estavam reservadas para ele e para os seus irmãos; e não somente para eles, mas para todos os que fizerem sacrifício pelo Reino. Então, com referência ao auto-satisfeito ou ao espírito calculista que ao menos em parte tinha induzido à pergunta, Ele acrescentou uma reflexão moral com uma parábola ilustrativa anexa, comunicando a idéia de que as recompensas no Reino de Deus não eram determinadas meramente pelo sacrifício ou ainda pelo valor deste. Muitos que fossem os primeiros nesse aspecto poderiam ser os últimos no verdadeiro mérito, por falta de um outro elemento que formava um ingrediente essencial no cálculo, isto é, a motivação correta; e é possível que houvesse outros que fossem os últimos naquele requisito porém os primeiros a serem recompensados pela virtude do espírito com que eram animados. Devemos considerar estas duas partes na seqüência da resposta…

A primeira coisa que impacta aqueles que pensam nessas recompensas é a total desproporção entre elas e os sacrifícios feitos. Os doze tinham abandonado seus barcos e redes de pesca e estavam prestes a ser recompensados com tronos; e a todos aqueles que haviam abandonado alguma coisa pelo Reino, não importava o que fosse, havia sido prometido cem vezes mais como retorno na vida presente, e no porvir a vida eterna.

Essas promessas impressionantes ilustram a generosidade do Mestre a quem os cristãos servem. Quão fácil teria sido para Jesus depreciar os sacrifícios de seus seguidores e até tornar as suas glórias em ridículo! O Senhor poderia ter dito: “Vocês abandonaram tudo! Qual era o valor daquilo que vocês possuíam? Se o jovem rico tivesse se desfeito de todas as suas posses como eu o aconselhei, ele poderia ter tido alguma coisa de que se gabar; mas no caso de pobres pescadores como vocês, qualquer sacrifício que tenham feito raramente mereceria qualquer atenção”. Mas tais palavras não poderiam ter sido pronunciadas pelos lábios de Cristo. Nunca seria sua intenção desdenhar de pequenas coisas ou desprezar os serviços que lhe fossem prestados, como tendo uma visão diminuída de suas próprias obrigações. Em vez disso Ele amava fazer de si mesmo um devedor a seus servos, ao generosamente exagerar no valor de suas boas obras, prometendo-lhes, como um retorno adequado, recompensas imensamente maiores do que de fato mereciam. Foi assim que Ele agiu neste caso. Mesmo sendo aquilo que os discípulos tinham de pouco valor, Ele ainda se lembrava que isso era tudo o que possuíam; e com apaixonada seriedade, “verdadeiramente” cheio de ternura e sentimentos de gratidão, Ele lhe prometeu tronos como se realmente os merecessem!

Crer nessas grandes e preciosas promessas tornariam os sacrifícios mais fáceis. Quem não abandonaria um barco de pesca por um trono? Que comerciante ou investidor desprezaria um investimento que traria, como retorno, não cinco por cento, ou cem por cento, mas cem por um?

As promessas feitas por Jesus tinham um outro excelente efeito quando seriamente consideradas. Elas tendiam à humildade. Sua grande magnitude tem um efeito sóbrio na mente. Nem o mais vão seria capaz de fingir que suas boas obras mereceriam ser recompensadas com tronos, e seus sacrifícios recompensados a cem por um. Neste ponto, todos devem estar contentes por serem devedores à graça de Deus, e toda conversa sobre “méritos” está fora de questão. Esta é uma das razões pelas quais as recompensas no Reino dos Céus são tão grandes. Deus derrama as suas dádivas para glorificar o doador, e tornar humildes aqueles que a recebem…

Tais são as recompensas recebidas por aqueles que sacrificam algo por amor a Cristo. Seu sacrifício são sementes semeadas em meio a lágrimas, que eles mais tarde colhem em uma grandiosa colheita, em gozo. Mas o que será então daqueles que não fizeram nenhum sacrifício ou que não receberam nenhum ferimento na batalha? Se isto não aconteceu por falta de vontade, mas por falta de oportunidade, então deverão compartilhar as recompensas. A lei de Davi tem o seu lugar no Reino de Deus. Ele considerava que aqueles que pelejavam em batalha deveriam participar, de forma justa, da divisão dos despojos. Todos precisavam enxergar que não deve haver covardia, indolência ou auto-indulgência. Aqueles que agirem de forma errônea, não querendo envolver-se em qualquer problema, não correndo riscos, ou até mesmo não resistindo à pecaminosa luxúria por amor ao Reino de Deus, não poderão esperar encontrar ali, no final, um lugar para si.

Davi, um homem segundo o coração de Deus

Leitura Bíblica

(I Samuel 13:13) – Então disse Samuel a Saul: Procedeste nesciamente, e não guardaste o mandamento que o SENHOR teu Deus te ordenou; porque agora o SENHOR teria confirmado o teu reino sobre Israel para sempre;

(I Samuel 13:14) – Porém agora não subsistirá o teu reino; já tem buscado o SENHOR para si um homem segundo o seu coração, e já lhe tem ordenado o SENHOR, que seja capitão sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o SENHOR te ordenou.

(Salmos 51:1) – TEM misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.

(Salmos 51:4) – Contra ti, contra ti somente pequei, e fiz o que é mal à tua vista, para que sejas justificado quando falares, e puro quando julgares.

(Salmos 51:10) – Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto.

(Salmos 51:12) – Torna a dar-me a alegria da tua salvação, e sustém-me com um espírito voluntário.

(Salmos 51:13) – Então ensinarei aos transgressores os teus caminhos, e os pecadores a ti se converterão.

Tema
Quem foi Davi?

Autor

Setor de Educação Cristã

Palavras Chaves

Caráter, fraquezas, conseqüências, virtudes, fé, confissão, arrependimento, perdão.

 
 

Quando pensamos em Davi, logo nos vem a mente que ele era pastor, poeta, matador de gigante, rei e antepassado de Jesus ― em resumo, um dos maiores homens do AT. Mas existe uma outra relação junto a esta: traidor, mentiroso, adúltero e assassino. A primeira lista fornece as qualidades que todos nós gostaríamos de ter; a segunda, as que poderiam ser reais a nosso respeito. A Bíblia não faz esforço algum para esconder os fracassos de Davi. Ele ainda é lembrado e respeitado por seu coração voltado para Deus. Quando aprendemos que compartilhamos mais dos fracassos de Davi do que de suas fraquezas, deveríamos ficar curiosos para descobrir o motivo pelo qual o Senhor se refere a ele como “o homem segundo o meu coração”
(Atos 13:22) – E, quando este foi retirado, levantou-lhes como rei a Davi, ao qual também deu testemunho, e disse: Achei a Davi, filho de Jessé, homem conforme o meu coração, que executará toda a minha vontade.

Davi, apesar de suas fraquezas, possuía uma fé inabalável na fiel e poderosa natureza de Deus. Foi um homem que viveu com grande prazer. Ele pecou, mas foi rápido em confessar suas. Suas confissões eram de coração, e seu arrependimento genuíno. Nunca negligenciou o perdão de Deus ou tomou sua bênção como uma concessão. Em troca, o Senhor nunca lhe negou seu perdão ou as retribuições de suas ações. Davi experimentou a alegria do perdão mesmo quando teve que sofrer as conseqüências de seus pecados.

Nossa tendência é inverter os papéis. Na maioria das vezes preferimos evitar as conseqüências a experimentar o perdão. Embora tenha cometido um grande pecado, Davi deliberadamente não repetiu o mesmo erro. Ele aprendeu com suas falhas porque aceitou o sofrimento que estas lhe trouxeram. Com freqüência parece que não aprendemos com nossos enganos ou com as conseqüências resultantes deles. Quais mudanças seriam necessárias para que Deus encontrasse esse tipo de obediência em você?

Pontos fortes e êxito: 

          Maior rei de Israel.

          Antepassado de Jesus.

          Citado na Galeria dos Heróis da Fé em Hebreus 11.

          Descrito por Deus como o homem segundo seu próprio coração.

 
 

Fraquezas e erros:

          Adulterou com Bete-Seba.

          Planejou o assassinato de Urias, marido de Bete-Seba.

          Desobedeceu a Deus ao realizar a contagem do povo.

          Não lidou decisivamente com o pecado de seus filhos.

Lições de vida:

          A disposição para admitir honestamente os nossos erros é o primeiro passo para lidar com eles.

          O perdão não remove as conseqüências do pecado.

          Deus deseja a nossa total confiança e adoração.

Informações essenciais: 

          Local: Belém e Jerusalém

          Ocupações: Pastor, músico, poeta, soldado e rei.

          Familiares: Pai – Jessé; esposas – Mical, Ainoã, Abigail e Bate-Seba; filhos – Absalão, Amom, Adonias e Salomão; filhas – Tamar e outras; irmãos – sete.

          Contemporâneos: Saul, Jônatas, Samuel e Natã.

Versículos-chave:

“Agora, pois, Senhor JEOVÁ, tu és o mesmo Deus, e as tuas palavras são verdade, e tens falado a teu servo este bem. Sê, pois, agora servido de abençoar a casa de teu servo, para permanecer para sempre diante de ti, pois tu, ó Senhor JEOVÁ, o disseste; e com a tua bênção será sempre bendita a casa de teu servo” (2 Sm 7.28,29).

Sua história encontra-se em 1 Samuel 16 a 1 Reis 2. Seu nome também é mencionado em Amós 6.5; Mateus 1.1,6; 22.43-45; Lucas 1.32; Atos 13.22; Romanos 1.3; Hebreus 11.32.

A Natureza do Caráter Cristão

(Efésios 4:17) – E digo isto, e testifico no Senhor, para que não andeis mais como andam também os outros gentios, na vaidade da sua mente.

(Efésios 4:18) – Entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela dureza do seu coração;

(Efésios 4:19) – Os quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram à dissolução, para com avidez cometerem toda a impureza.

(Efésios 4:20) – Mas vós não aprendestes assim a Cristo,

(Efésios 4:21) – Se é que o tendes ouvido, e nele fostes ensinados, como está a verdade em Jesus;

(Efésios 4:22) – Que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano;

(Efésios 4:23) – E vos renoveis no espírito da vossa mente;

(Efésios 4:24) – E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade.

Tema As dimensões do Caráter

Autor

Esdras Costa Bentho

Palavras Chaves

Caráter; Temperamento; Personalidade; Vontade de Deus.

 
 

AS TRÊS DIMENSÕES DO CARÁTER CRISTÃO

Caráter, sua dimensão etimológica

    O termo “caráter” procede do grego “charaktēr” e significa literalmente “estampa”, “impressão”, “gravação”, “sinal”, “marca” ou “reprodução exata”. O vocábulo português encontra-se na Almeida Revista e Atualizada (ARA), nos texto de Mt 10.41 e Fp 2.22. Porém não traduz o original “charaktēr”, mas o grego “onoma” (nome) nas duas ocorrências mateanas e “dokimē” (qualidade de ser aprovado) em Filipenses. A tradução Almeida Revista e Corrigida (ARC) verte a palavra na perícope de Mateus por “qualidade de profeta” e “qualidade de justo”. A Nova Versão Internacional (NVI), traduz por “porque ele é profeta”, “porque ele é justo”. 

    Não há qualquer contradição nas traduções, uma vez que o substantivo “onoma” permite qualquer uma dessas versões. Em o Novo Testamento, “onoma” significa “pessoas” em Ap 3.4, “reputação” em Mc 6.14 e possivelmente “caráter” em Mat 6.9. O nome (onoma) no contexto hebreu corresponde “as qualidades de uma pessoa”. Logo, a tradução de “onoma” refere-se à natureza ou categoria do trabalho realizado pelo discípulo de Cristo, e, não necessariamente ao “caráter”, como virtude moral. Já o vocábulo “dokimē”, traduzido por “caráter” (ARA), “experiência” (ARC) e “aprovado” (NVI), possui o mesmo sentido de Rm 16.10, isto é, “testado e aprovado”. O termo, nesse contexto, sanciona a qualidade moral e a experiência dos personagens envolvidos – Apeles e Timóteo foram testados e aprovados como bons obreiros de Cristo. Literalmente o termo significa “a qualidade de ser aprovado”. Essa aprovação somente é ratificada depois que o “caráter” foi minuciosamente testado.

    A única ocorrência da palavra “charaktēr” em seu sentido verbal e imediato encontra-se em Hebreus 1.3. No exórdio epistolar, o literato afirma que nosso Senhor Jesus Cristo é “a expressa imagem” da pessoa de Deus. Ele é o “charaktēr” – a “estampa”, a “gravação” ou “reprodução exata” – da “hypóstasis” (“substância”, “essência” ou “natureza”) do próprio Deus.

    Um outro termo grego usado para definir o substantivo “caráter” é “ēthos” (hvqoj). Porém, algumas explicações são necessárias. A ética filosófica costuma distinguir entre ēthos e ethos. A diferença está na vogal longa “ē” (ē – thos) que, infelizmente, não possui corresponde em língua portuguesa. Quando os gregos falavam em ethos, com vogal breve, referiam-se à “ética” (ethiké), em latim, mores, isto é, moral.
O termo aludia aos costumes sociais que eram considerados valores necessários à conduta do cidadão na pólis (cidade).
Todavia, empregavam “ēthos” (hvqoj) quando desejam descrever
o caráter e o conjunto psicofisiológico de uma pessoa. Por extensão, “ēthos” se refere às características peculiares de cada pessoa. Esses traços individuais determinavam as virtudes e os vícios que um cidadão da pólis era capaz de levar a efeito. Essas peculiaridades são explicitamente resgistradas por Aristóteles em Ética a Nicômaco. O termo ethos diz respeito aos costumes sociais (At 6.14; 25.16), mas ēthos ao senso de moralidade e à consciência ética de cada pessoa (1 Co 15.33). Os costumes (ethos) designam os valores éticos ou morais da sociedade, enquanto ēthos às disposições do caráter diante de tais valores. No entanto, enquanto na filosofia aristotélica a virtude definia a relação do sujeito com a pólis, no Cristianismo, define, primeiramente, a relação do homem com Deus e, somente depois com os homens. Daí as duas principais virtudes do Cristianismo serem a fé e o amor.

    Como observamos, o caráter é a “marca” pessoal de uma pessoa. O “sinal” que a distingue dos outros e pela qual o indivíduo define o seu estilo, a sua maneira de ser, de sentir e de reagir. Também pode ser definido como o conjunto das qualidades boas ou más de um indivíduo que determina-lhe a conduta em relação a Deus, a si mesmo e ao próximo. O caráter, por conseguinte, não apenas define quem o homem é, mas também descreve o estado moral do homem (Pv 11.17; 12.2; 14.14; 20.27). 

Caráter, sua dimensão distintiva

    O caráter é distinto do temperamento e da personalidade, embora esteja relacionado a eles. O temperamento refere-se ao estado de humor e às reações emocionais de uma pessoa – o modo de ser. A personalidade envolve a emoção, vontade e inteligência de uma pessoa – aquilo que o individuo é. O caráter, influenciado pelo temperamento e personalidade, é o conjunto das qualidades boas ou más de um indivíduo que determina-lhe a conduta – como a pessoa age. Observe, porém, que uma das características que compõe o ser humano é imutável, inata (temperamento), outra é o desenvolvimento geral dos traços personalógicos do sujeito em determinado momento (personalidade). O caráter, por sua vez, embora intrinsecamente relacionado ao desenvolvimento da personalidade, forma-se em paralelo a ela. Assim como o desenvolvimento físico de uma criança nos primeiros anos é paralelo ao desenvolvimento mental, o caráter é formado à medida que a personalidade vai sendo construída.

    Portanto, o caráter é a forma mais externa e visível da personalidade. Segundo Aristóteles, a disposição moral (caráter) é adquirida ou formada no indivíduo pela prática. Afirma um antigo provérbio que ao “semear um hábito, o indivíduo colhe um caráter”. O caráter, segundo a sabedoria dos antigos, é o resultado de um hábito interiorizado, aprendido através do exercício contínuo das virtudes ou dos vícios. Não deve ser confundido com as paixões (ira, desejos, ódio), muito menos com as faculdades (razão, emoção e vontade), pois essas categorias são naturais, próprias do ser.[1] Consequentemente, a experiência é o palco no qual o caráter age. De acordo com Schopenhauer essa é uma das razões pela qual o caráter é empírico, pois somente com a experiência é que se pode chegar ao seu conhecimento, não apenas no que é nos outros, mas tal qual é em nós mesmos. Afirma o filósofo alemão que “quem praticou determinado ato, tornará a praticá-lo assim que se apresentem circunstâncias idênticas, tanto no bem como no mal”. [2]

    Assim sendo, a personalidade determina a forma como o indivíduo se ajusta ao ambiente, mas o caráter o modo como a pessoa age e reage nesse contexto social. 

    Já o temperamento, segundo a definição histórica dos helênicos, designa o “tempero sangüíneo” do organismo. Os sábios da Hélade sabiam muito bem que o temperamento é profundamente influenciado pela composição bioquímica do sangue, pela hereditariedade, constituição física e pelo sistema nervoso. Por ser biológico, hereditário e internalizado no indivíduo pode ser controlado, mas jamais mutável. O caráter, no entanto, é o “sinal psíquico” do indivíduo, que determina-lhe a conduta. Porém, é desenvolvido, educável e mutável. 

    Mediante o temperamento, a personalidade e o caráter, o indivíduo afirma sua autonomia; passa a ter consciência de si mesmo como ser humano e também que tipo de pessoa é. Essa descoberta existencial é um processo contínuo. 

 
 

Caráter, sua dimensão antropo-teológica

Deus criou o homem em duas fases distintas. Na primeira o Eterno forma (hb. asah) a parte somática, corporal e visível do homem, a partir do “pó da terra” (Gn 2.7a). Esse primeiro estágio é chamado de criação mediata ou formativa. Na segunda fase Deus cria (hb. bara) o homem à sua imagem e semelhança (Gn 1.26,27; 2.7b). Essa imagem entende-se por moral e natural. A natural diz respeito àquilo que o homem é: ser racional (intelecto), emocional e volitivo (vontade). A moral relaciona-se à constituição do caráter, da moral e da ética. Diz respeito à constituição moral do homem, suas disposições intrínsecas que inclui o caráter e a qualidade deste: justo e santo. Antes da Queda, o homem era perfeito em santidade, retidão e justiça. Essas qualidades não procediam do próprio homem, mas eram reflexos dos atributos morais e imanentes do Senhor. Os atributo morais de Deus refletiam-se na constituição do sujeito (Ef 4.24; Lv 20.7; 1 Jo 2.29; 3.2,3). Porém, após a Queda, a natureza moral do homem foi corrompida pelo pecado (Rm 1.18-32; 3.23). Em lugar da justiça, o seu antagônico; em vez da santidade o seu oposto; em oposição à virtude o vezo (Gl 5.19-22). Somente a obra salvífica de nosso Senhor Jesus Cristo, mediante a ministração do Espírito Santo, é capaz de revestir o homem de uma nova natureza, criada segundo Deus, “em justiça e retidão procedentes da verdade” (Ef 4.24; 1 Co 1.30). É o Espírito Santo que transforma o pecador à semelhança da natureza e do caráter de Cristo (2 Co 3.18; 2 Pe 1.3-7).

    Portanto, para que você se torne o homem ou a mulher que Deus deseja é necessário que o seu temperamento, personalidade e caráter se tornem subservientes dos projetos de Deus para a tua vida. Até que Deus prevaleça sobre nossas vidas (2 Co 2.14), alguns precisam ser jogados numa cisterna, como José (Gn 37.20); outros, ser alimentado por corvos, como Elias (1 Rs 17.6); e, alguns, apresentar sua língua aos serafins, como fez Isaías (Is 6.6,7). 

    O caminho que Deus escolhe para forjar o caráter de seus cooperadores algumas vezes é íngreme e inóspto. Mas, quando eles saem da fornalha, é perceptível até mesmo para os pagãos que eles andaram com o quarto Homem na fornalha (Dn 3.25-27). Deus jamais chamou alguém para uma grande missão sem que esse escolhido passasse por uma profunda transformação moral. 

    Se desejas que o Deus de José, Elias e Isaías realize em você o mesmo que fez com eles, coloque o seu caráter no altar do Espírito; apresente a sua personalidade Àquele que a todos transforma segundo a imagem de Cristo. Só assim serás a pessoa que Deus deseja que você seja.

 
 

Versículos de hoje31/08/2007

Aquele que fez o ouvido não ouvirá? E o que formou o olho, não verá? Salmos 94:9

Trouxeram-lhe, então, um endemoninhado cego e mudo; e, de tal modo o curou, que o cego e mudo falava e via. Mateus 12:22

NUNCA SERÁ INÚTIL!

Fonte cada dia
Leia:
1 Coríntios 15:1-11, 58
(I Corintios 15:1) – TAMBÉM vos notifico, irmãos, o evangelho que já vos tenho anunciado; o qual também recebestes, e no qual também permaneceis.

(I Corintios 15:2) – Pelo qual também sois salvos se o retiverdes tal como vo-lo tenho anunciado; se não é que crestes em vão.

(I Corintios 15:3) – Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados, segundo as Escrituras,

(I Corintios 15:4) – E que foi sepultado, e que ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras.

(I Corintios 15:5) – E que foi visto por Cefas, e depois pelos doze.

(I Corintios 15:6) – Depois foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também.

(I Corintios 15:7) – Depois foi visto por Tiago, depois por todos os apóstolos.

(I Corintios 15:8) – E por derradeiro de todos me apareceu também a mim, como a um abortivo.

(I Corintios 15:9) – Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus.

(I Corintios 15:10) – Mas pela graça de Deus sou o que sou; e a sua graça para comigo não foi vã, antes trabalhei muito mais do que todos eles; todavia não eu, mas a graça de Deus, que está comigo.

(I Corintios 15:11) – Então, ou seja eu ou sejam eles, assim pregamos e assim haveis crido.

(1 Coríntios 15:58)Sejam sempre dedicados à obra do Senhor, pois vocês sabem que, no Senhor, o trabalho de vocês não será inútil.

“No Senhor, o trabalho de vocês não será inútil.” Estas palavras soam tão bem! Mas às vezes tentamos e tentamos, e nada parece funcionar. Oramos pelos crentes, pedimos crescimento, mas muitos estão deixando a igreja. Estudamos para a prova, e, mesmo assim, tiramos nota baixa. Gastamos tempo para fazer nosso negócio dar certo, e não vemos lucro. Nossa intenção é manter o nosso casamento, mas ele se desfaz. Todos os dias alguém é tentado a desistir. E talvez a culpa seja da insegurança em que vivemos. Queremos desistir porque parece não valer a pena tentar, ou porque não faz diferença. Mas, antes de prosseguirmos nesse intento, é preciso refletir sobre o acontecimento que mudou o curso da história: a ressurreição de Cristo. Por causa da sua ressurreição, nada do que é feito em nome de Jesus é em vão. Se Cristo não tivesse ressurgido, até poderíamos desistir. Mas Cristo ressurgiu, e para aqueles que estão sob o poder dessa ressurreição, nada do que fizerem será infrutífero. O mesmo Deus que mostrou a sua graça através de todas as gerações no passado continuará a fazê-lo no futuro. A ressurreição de Cristo garante isto! “Portanto… [sejam] sempre dedicados à obra do Senhor…”.

Pense:
Sob a visão da nova vida em Cristo, tudo o que fizermos terá um valor especial.

Ore:
Pai amado, somos-te gratos pela tua promessa de que o que fizermos não será em vão. Que nossas atitudes possam trazer alegria ao teu coração. Oramos em nome de Jesus. Amém.