Leitura Bíblica 2 Coríntios 11.2-6
(II Corintios 11:2) – Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo.
(II Corintios 11:3) – Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.
(II Corintios 11:4) – Porque, se alguém for pregar-vos outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, com razão o sofrereis.
(II Corintios 11:5) – Porque penso que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos.
(II Corintios 11:6) – E, se sou rude na palavra, não o sou contudo na ciência; mas já em todas as coisas nos temos feito conhecer totalmente entre vós.
Palavras-chave
Zelo, autenticidade
Jamais foi escrita uma biografia do apóstolo Paulo. Essa tarefa é simplesmente impossível por nos faltarem o início e o fim de sua história. Nosso registro de suas atividades começa em sua juventude, pouco antes de ele iniciar o apostolado. Foi aí que Lucas o conheceu e incluiu-o em sua história da Igreja Primitiva. Além disso, só temos algumas notas pessoais nas 13 epístolas eclesiásticas e pastorais escritas por ele em diferentes partes do Império Romano. Apesar das muitas lacunas desses registros, temos o suficiente para tornar o relato um dos mais emocionantes da História.
Está claro que não houve monotonia na vida de Paulo. Sumariando esse período, ele menciona vividamente alguns episódios:
“Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo. Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos. Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez (2 Co 11-24-27).
(II Corintios 11:24) – Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um.
(II Corintios 11:25) – Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo;
(II Corintios 11:26) – Em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos;
(II Corintios 11:27) – Em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejum muitas vezes, em frio e nudez.
Em lugar algum, porém, esta história é inteiramente contada. Além de um breve relato de um naufrágio, os outros não são mencionados. Não há nenhuma narrativa da noite e do dia terríveis passados em alto mar, agarrado talvez em um destroço. Nem é feita a descrição dos assaltos nas passagens montanhosas, onde os ladrões tornaram-se tão ameaçadores para os viajantes, que eles tinham de se organizar em caravanas. A seguir vieram os rios caudalosos e as enchentes, com apenas algumas pontes para cruzá-los. Para os de viva imaginação, essas aventuras são verdadeiramente estimulantes!
Embora não haja registro da infância de Paulo, uma história muito interessante pode ser montada a partir das informações colhidas da história, da tradição e das notas pessoais nos escritos paulinos.
O nascimento de Paulo
O grande apóstolo nasceu por volta do ano três de nossa era, no lar de um piedoso casal, no bairro judeu de Tarso. As ruas eram estreitas e as casas pobres, mas aquele dia foi de imensa felicidade para a família. Contemplaram o rosto do filho, e sentiram-se satisfeitos e orgulhosos.
Embora vivessem numa cidade gentia, seus pais resolveram dedicá-lo ao serviço de Deus, e fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para educá-lo como um verdadeiro israelita.
O pai pertencia à tribo de Benjamim e gabava-se disso sempre que os vizinhos mencionavam suas árvores genealógicas. Todos sabiam que Saul, o primeiro rei de Israel, era benjamita.
Apesar de morar em Tarso, a família considerava as montanhas orientais da Palestina o seu verdadeiro lar como o faziam os judeus piedosos. Para eles, Jerusalém era a cidade mais bela do mundo, pois ali estava a Casa de Deus. Eles enviavam ofertas para os reparos do Templo, e a cada ano planejavam visitar a Cidade Santa por ocasião da Páscoa.
Oito dias após o nascimento do menino, os pais deram-lhe um nome. A cerimônia foi seguida de uma ceia, para a qual todos os amigos e parentes foram convidados, e cada um levou o seu presente. Ele recebeu o bom nome hebreu de Saulo. Esse era um nome mui querido de todos os descendentes de Benjamim porque assim se chamava o primeiro rei de Israel. Mas como viviam no mundo romano, usaram também a forma latina do nome – Saulo. Nos negócios, ele era Paulo, porque isso impressionava os gentios. Mas a mãe sempre o chamava de Saulo, pois esse nome agradava-lhe o coração.
Quem foi Paulo?
Judeu, fariseu, encontrado pela primeira vez no livro de Atos com seu nome hebraico – Saulo (Atos 7:58) – E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas capas aos pés de um jovem chamado Saulo. (Atos 13:9) – Todavia Saulo, que também se chama Paulo, cheio do Espírito Santo, e fixando os olhos nele, Nasceu em Tarso, Cilícia, cidade localizada na Ásia Menor (atualmente sul da Turquia). Provavelmente nasceu uns dez anos depois de Cristo, pois é mencionado como “um jovem”, na ocasião do apedrejamento de Estevão (At 7.58 E, expulsando-o da cidade, o apedrejavam. E as testemunhas depuseram as suas capas aos pés de um jovem chamado Saulo.). Seu pai sem dúvida era judeu, mas comprou ou recebeu cidadania romana. Por essa razão, Paulo mais tarde utilizou-se desse direito por nascimento. Por isso, apelou para ser julgado em Roma pelo próprio imperador César (Atos 22:25) – E, quando o estavam atando com correias, disse Paulo ao centurião que ali estava: É-vos lícito açoitar um romano, sem ser condenado?). A despeito de sua cidadania, ele foi criado numa família judaica e tornou-se fariseu. Também descreveu a si mesmo como “hebreu de hebreus”. Foi criado de acordo com o judaísmo e circuncidado no oitavo dia de vida; portanto, era zeloso na obediência de cada ponto da lei mosaica (Filipenses 3:5) – Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu;
(Filipenses 3:6) – Segundo o zelo, perseguidor da igreja, segundo a justiça que há na lei, irrepreensível.
Paulo era tão zeloso da Lei e de sua fé que, em certa época de sua vida, provavelmente no início da adolescência, viajou para Jerusalém, onde foi aluno do mais famoso rabino de sua época. Posteriormente, disse aos líderes judeus: “E nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso de Deus, como todos vós hoje sois” (Atos 22:3) – Quanto a mim, sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, e nesta cidade criado aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso de Deus, como todos vós hoje sois. Todos os mestres judaicos exerciam determinada função para sobreviver; por isso, não é de admirar que esse líder religioso altamente educado aprendesse também uma profissão com seu pai. Paulo era fabricante de tendas (Atos 18:3) – E, como era do mesmo ofício, ficou com eles, e trabalhava; pois tinham por ofício fazer tendas. e ocasionalmente a Bíblia menciona como exerceu essa função para se sustentar ((I Corintios 4:12) – E nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos. Somos injuriados, e bendizemos; somos perseguidos, e sofremos; (II Tessalonicenses 3:8) – Nem de graça comemos o pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós. etc.). Existem amplas evidências nessas e outras passagens de que ele trabalhava, para não impor um jugo sobre as pessoas entre as quais desejava proclamar o evangelho de Cristo (1 Co 9.16-19)
(I Corintios 9:15) – Mas eu de nenhuma destas coisas usei, e não escrevi isto para que assim se faça comigo; porque melhor me fora morrer, do que alguém fazer vã esta minha glória.
(I Corintios 9:16) – Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar, pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!
(I Corintios 9:17) – E por isso, se o faço de boa mente, terei prêmio; mas, se de má vontade, apenas uma dispensação me é confiada.
(I Corintios 9:18) – Logo, que prêmio tenho? Que, evangelizando, proponha de graça o evangelho de Cristo para não abusar do meu poder no evangelho.
(I Corintios 9:19) – Porque, sendo livre para com todos, fiz-me servo de todos para ganhar ainda mais.. Além disso, dada a maneira como os professores itinerantes e filósofos esperavam ser sustentados pelas pessoas com alimentos e finanças, Paulo provavelmente não desejava ser considerado mais um aventureiro (I Tessalonicenses 2:3) – Porque a nossa exortação não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência;
(I Tessalonicenses 2:4) – Mas, como fomos aprovados de Deus para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar aos homens, mas a Deus, que prova os nossos corações.
(I Tessalonicenses 2:5) – Porque, como bem sabeis, nunca usamos de palavras lisonjeiras, nem houve um pretexto de avareza; Deus é testemunha;
(I Tessalonicenses 2:6) – E não buscamos glória dos homens, nem de vós, nem de outros, ainda que podíamos, como apóstolos de Cristo, ser-vos pesados;
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